Tenho diversos assuntos a tratar por aqui, mas, com o tempo, vou colocando a pauta em dia. Após a tão esperada colação de grau, vulgo formatura, de vez em quando, me pego pensando em tudo o que ocorreu na minha vida durante esses 5 anos de Fabico, no que eu realmente aprendi, no que me engrandeceu como pessoa e no que mais vou sentir falta. Em relação a este último questionamento, não tenho dúvidas de que a resposta é a convivência com os amigos, muitos, com alguns professores, poucos, e com o clima da faculdade, que apesar de se tornar cada vez mais deprimente e desencantador, ainda fazia com que me sentisse um jovem sedento por conhecimento, mesmo com os fatos me mostrando que eu estava enganado. O que me tranqüiliza é o fato dessa convivência poder ser mantida, claro que em menor grau, com os amigos, por meio de contatos via meios eletrônicos e encontros presenciais regados ao sagrado líquido amarelo, e com professores por meio de um chopp na lancheria do parque de vez em quando. Enfim, sou um jornalista. Um jornalista desempregado. E saber disso não faz eu me sentir melhor ou pior do que eu era antes. Apenas acho que o “conto de fadas” acabou. Apesar de algumas bruxas e lobos-maus continuarem por aí.
Sobre a liberdade de imprensa
Nas últimas semanas fomos novamente assolados por uma onda indignada de órgãos de imprensa vociferando contra um atentado à liberdade de imprensa no Brasil. Fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus, comandada pelo “jornalista” Edir Macedo, entraram com ações judiciais contra o jornal Folha de São Paulo, em razão de uma matéria publicada pelo periódico, em que o jornalista insinua que o dinheiro arrecadado pela Igreja através do dízimo cobrado dos fiéis é enviado para o Caribe para operações de lavagem de dinheiro. A grande mídia, mais uma vez, levantou seu brado contra essa vontade de calar a voz da imprensa. Eu, por princípios, sempre discordo das opiniões da grande mídia brasileira, e, portanto, já achava, mesmo sem conhecer detalhes do acontecido, que os crentes estavam certos. Processo neles! Depois de me inteirar sobre o fato, passei a dar toda a razão aos fiéis da Igreja Universal, afinal de contas, o repórter faz uma acusação gravíssima como essa baseada em uma hipótese, como ele mesmo diz na matéria. Isso é irresponsabilidade e leviandade e procurar os meios judiciais para buscar seus direitos é um ato totalmente democrático, legal e justo, tanto quanto a liberdade de imprensa, que sim, deve existir e ser respeitada, com responsabilidade e vergonha na cara, porém.
O jeito novo de governar de Yeda
A nossa grande governadora Yeda Crucius, finalmente conseguiu implantar uma de suas idéias do seu “novo jeito de governar”, depois de outras, como o pacotaço de aumento de impostos, terem sido barradas pela Assembléia Legislativa. Yeda decidiu fechar escolas. Isso mesmo, Yeda decidiu fechar escolas, diminuir o número de turmas e encher salas de aulas caindo aos pedaços de alunos. Educação não é prioridade para Yeda, muito pelo contrário, é relegada ao último plano. O governo financeiro e não de desenvolvimento de Yeda é uma ferida para o Rio Grande do Sul que demorará para se fechar.
América Latina em chamas*
O fantoche de George W. Bush e atual presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, resolveu bombardear o Equador, sob a alegação de que integrantes das Farc estavam alojados no país vizinho. A justificativa não justifica nada e a ação é de uma agressividade, bestialidade e irresponsabilidade há muito tempo não vista na região. Com toda a razão o presidente equatoriano reclamou e exigiu um pedido de desculpas categórico e sanções contra a Colômbia. Como sempre, o Chavez se meteu na contenda, tornando o fato ainda mais explosivo. Não restam dúvidas de que a melhor solução para o caso é a que prioriza as vias diplomáticas, mas acho que a movimentação de tropas por parte do Equador e da Venezuela é importante, como forma de demonstrar que ninguém é bobo por aqui, e que quem mexe com fogo, pode acabar se queimando.
*Título inspirado no mestre Ponsito, a quem mando um grande abraço.
A donzela em Porto Alegre
A pedidos (t’aí Fonseca!), faço um breve comentário a respeito da arrasadora passagem do Iron Maden por Porto Alegre. Não sou fã de metal. Posso dizer, até, que não gosto do gênero. Isso, entretanto, não impede que diga que o Iron é uma grande, grande mesmo, banda. O Maden é daquelas bandas que a gente pode até não gostar, mas, obrigatoriamente, tem de respeitar. Não só pela história e pela importância, que ultrapassou as barreiras do gênero, mas também pela capacidade de movimentar e mobilizar uma legião de fiéis, como uma seita, que percorre o mundo realizando suas grande “missas”, reunindo camisetas pretas, cabelos compridos e pessoas enlouquecidas reverenciando seus “messias”. Isso sem falar na competência musical dos caras. Qualquer jacu toca punk, grunge, folk, etc, mas para tocar heavy metal, tem de ser bom, e os músicos de bandas de metal, em grande parte, são virtuoses nos seus respectivos instrumentos. Como um não conhecedor do gênero e da banda, só posso falar isso. Com tanta mobilização na cidade, quem sabe eu até não baixe um disco deles para ouvir. Sugestões?