quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Um filete do que eu fui (e só)...



Quando este coração já não bater


Quando este coração já não bater,
Um pedaço de mim terá partido.
Uma parte de carne e pó.
Um filete do que eu fui (e só).

Quando este coração já não bater,
No peito haverá saudade.
Resto de tempo sob a pele.
Imagem tua, doce e calma.

Quando este coração já não bater,
Ainda nele restará pulso.
Energia pura de meu sangue.
Calor latente de minha alma.

Quando este coração já não bater,
O último compasso da canção,
Que dele soou feito oração,
Ecoará em terras frias.

Quando este coração já não bater,
Quero o sorrir em quem lembrar de mim.
Não quero uma lágrima sequer.
Não quero dor a celebrar meus dias.

Quando este coração já não bater,
Um rastro de amor irá marcar
Os passos firmes que deixei
Na estrada das horas finais.

Quando este coração já não bater,
Deixem-no – sozinho – descansar.
A morte é dura, eu sei,
Mas a vida é ainda mais.