quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Via de mão dupla

Tivemos hoje a primeira oficina da cadeira de jornalismo e comunidade. O trabalho do meu grupo, formado também pelo Neni Kluck, pelo Maurício, pelo Bruno C. C. e pelo Gustavo F. Leite, consiste em uma oficina de textos e de leitura. Resumindo, leremos textos legais e faremos o pessoal se aproximar da literatura. A questão que chamou a atenção de todos nós e que o Gustavo F. Leite simplificou bem uma frase é a seguinte: o meio faz as pessoas. É impressionante como a gurizada se mostrou motivada em ler, escrever e discutir literatura. Um deles inclusive muito bem articulado e leitor de obras que alguns de nós ainda não lemos. É brabo ver uma gurizada inteligente que tem tudo para se dar bem na vida estar em uma situação como a deles. O local onde eles estão não ressocializa ninguém, um dos caras falou que seria difícil eles escreverem alguma coisa pois não lhes é disponibilizado caneta e lápis. Eles só tem contato com a escrita em sala de aula. Outro disse ser uma pena termos as oficinas só nas quintas porque eles não suportam ficar sem fazer nada lá na Fase. É lógico que nossa contribuição social beira o ridículo com esse trabalho, mas é melhor do que nada. Uma coisa nós todos do grupo concordamos em uníssono: nós vamos aprender muito mais do que eles.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Fodam-se os políticos

Este post é crítico e extremamente pessoal, mas não poderia deixar de fazê-lo. Ontem perdi dois tios meus, ambos vítimas de infarto. Até aí, apesar da extrema dor e do fato de os dois serem marido e mulher e de um ter passado mal após saber que o outro estava entre a vida e a morte, nada de anormal. A questão que me indigna é o fato de a cidade de Charqueadas, onde ambos moravam, ter não sei quantas penitenciárias e não ter uma única UTI Móvel, essas ambulâncias do Samu. Se os dois tivessem sido assistidos com rapidez, segundo o médico do HPS de Porto Alegre, para onde foram trazidos tardiamente, possivelmente teriam sobrevivido. As ambulâncias que a cidade tem são aquelas Belinas velhas, com uma cruz vermelha do lado, uma sinene em cima e nenhum equipamente de reanimação. É foda pensar que pagamos muita grana em impostos e taxas e não sei mais o quê para que, quando precisarmos do auxílio do Estado, não o termos. Fodam-se todos os políticos que só pensam neles e não nas pessoas que os elegem como representantes. A única coisa que reconforta é saber que eles, sem a menor sombra de dúvidas, estão em um lugar muito, mas muito melhor do que aqui.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Definição da Fabico

A frase foi retirada de um muro de uma universidade no Nepal, mas cai como uma luva para a Fabico:



"Teoria é quando se sabe tudo e nada funciona. Prática é quando tudo funciona e ninguém sabe o por quê. Nesta universidade, conjugam-se teoria e prática: nada funciona e ninguém sabe o por quê".



Esta frase foi extraída do livro "De pernas pro ar - A escola do mundo ao avesso" de Eduardo Galeano. Do pouco que eu li, posso dizer que o livro é uma obra.


quarta-feira, 12 de setembro de 2007

O sentido da vida

Estava eu lendo algumas coisas agora aqui sentado em frente ao computador que me veìo à cabeça uma pergunta que seguidamente me era feita, por um certo Adorno: afinal, qual é o sentido da vida?

Para responder a questão, pensei em como tem sido meus últimos dias. Acordo às 6h30min da manhã, chego no trabalho às 8h e saio às 12h para estar novamente em casa às 13h. Até aqui já passei duas horas em ônibus e quatro horas no trabalho, total de 6h gastas. Chegando em casa, almoço, descanso um pouco e antes das duas já estou na frente do computador de novo, com vários livros à minha volta escrevendo o maldito TCC. Fico assim até às 21h30min ou 22h. Tomo um banho, como alguma coisa, e volto a ler mais um pouco. Lá pelas 23h paro, desligo o micro, olho alguma coisa na TV ou escuto música e vou dormir ao redor da meia-noite. Repassando tudo: gasto 6h30min pela manhã com ônibus e trabalho, cerca de 8h à tarde e à noite estudando, e mais 1h ou 1h30min com refeições, banho, descanço e alguma pequena distração. Até aqui já se passaram 16h do dia. Somando mais as 6h30min de sono, temos que 22h30min do dia não são realmente vividas. Sobrando 1h30min para isso.


Conclusão:

O sentido da vida para um universitário que mora longe do lugar onde trabalha e está terminando o curso é o seguinte: FODA-SE, viver é para quem pode.