sábado, 15 de julho de 2017

Espelho


Não quis dizer
Palavra alguma
Apenas papel e caneta
Lembrança e presença
Em suas mãos
Juntas
Em prece

Memória guardada entre retalhos
Restos e pedaços de dias sem cor

Ninguém por perto

Um grito agudo
Janela fechada
Porta com tranca
Tempestade presa
Dentro de si

Um muro ao redor
Ninguém entra nada sai
Tudo persiste na boca estômago vísceras
E vai e volta e percorre
Está em suas veias e sangue e ossos e pele


Não foi nada já passou estou bem obrigada até logo
Silêncio na casa vazia
Olhos no espelho
Corpo nu
Contornos e curvas
Sorriso sincero

Expurgo da dor que ali fez morada

Nada do que ouviu restou
Nada do que foi dito restou
Nada restou
A não ser ela mesma

Nem medo nem fúria nem ódio

Abraço no amor
Que não conhecia

Prazer,sou eu
Estou aqui
Contigo
Para sempre
Teu lar
Em ti