sábado, 15 de agosto de 2009

O pescador


Eu eu o meu celular, sozinhos, em um desses dias frio que tivemos, não me recordo quando, na beira do Guaíba. O pescador e a sua pequena canoa. Gostei da foto.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Aquele mestre

Realizei ontem, durante cerca de uma hora e meia, uma entrevista com um professor da rede estadual de ensino do Rio Grande do Sul sobre um trabalho que ele realiza para combater a prática do bullying. Matéria de gaveta, é lógico, porque se fosse do dia a conversa não passaria de meia hora. O professor contou-me diversas histórias de adolescentes que sofriam agressões, sejam elas físicas ou verbais, na escola e sofriam, na maior parte das vezes calados, por serem "diferentes". Em certa altura da conversa, enquanto me contava mais uma das emocionantes histórias, o professor não conseguiu conter as lágrimas e caiu no choro. E eu ali, na frente dele. O que fazer? Foi nessa hora que eu pensei naquilo que nos é dito na faculdade, da importância do distanciamento do repórter, de ele não se envolver além do necessário. Pensei, pensei, e conclui uma coisa: que se foda o distanciamento. Foi impossível controlar a emoção diante daquele homem que ganha uma miséria, que tem uma estrutura super deficiente para trabalhar, que é chamado de torturador pela governante maior do Estado, e que se importa com seus alunos, quer fazer deles pessoas melhores, que os ouve. Confesso que caíram-me algumas lágrimas, também. Mais contidas do que as dele, claro, mas extremamente tocadas pelas palavras daquele professor. Não me orgulho de tê-lo feito chorar, como alguns colegas de profissão gostam de espalhar aos quatro cantos. Orgulho-me, sim, de ter chorado também, de ter percebido que o materialismo e a rotina do jornalismo ainda não me embruteceram. Orgulho-me de ter escolhido uma profissão que me dá a possibilidade de conhecer e de ouvir pessoas como aquele mestre.