Espelho
Não quis dizer
Palavra alguma
Apenas papel e caneta
Lembrança e presença
Em suas mãos
Juntas
Em prece
Memória guardada entre retalhos
Restos e pedaços de dias sem cor
Ninguém por perto
Um grito agudo
Janela fechada
Porta com tranca
Tempestade presa
Dentro de si
Um muro ao redor
Ninguém entra nada sai
Tudo persiste na boca estômago vísceras
E vai e volta e percorre
Está em suas veias e sangue e ossos e pele
Não foi nada já passou estou bem obrigada até logo
Silêncio na casa vazia
Olhos no espelho
Corpo nu
Contornos e curvas
Sorriso sincero
Expurgo da dor que ali fez morada
Nada do que ouviu restou
Nada do que foi dito restou
Nada restou
A não ser ela mesma
Nem medo nem fúria nem ódio
Abraço no amor
Que não conhecia
Prazer,sou eu
Estou aqui
Contigo
Para sempre
Teu lar
Em ti