Principal caracteristica de POA

Um dia desses, em uma aula qualquer, me foi feita uma pergunta que fazia parte de um questionário que faz parte de uma pesquisa sobre o imaginário urbano de Porto Alegre. "Qual é a principal característica de Porto Alegre"? Após alguns segundos de hesitação, não hesitei em responder: A FALTA DE EDUCAÇÃO DOS PORTO-ALEGRENSES. Se existe uma coisa que tem me irritado ultimamente em nossa cidade é a falta de educação de seus moradores. É lixo pela janela do ônibus (na semana passada uma senhora comeu 2 bergamotas daquelas grandes dentro do ônibus e, além de empestar o coletivo com o odor da fruta, jogou todas as cascas e sementes pela janela), lixo pela janela do carro, lixo jogado no chão da rua por pedestres. É a ausência de um bom dia, de um boa tarde, de um boa noite, de um obrigado, de um com licença, de um por favor. E é, principalmente, a ausência de respeito e de educação no trânsito. Os motoristas de Porto Alegre, incluo aí os motoqueiros, são disparado os mais mal-educados que já vi. Quando entram em seus automóveis, parece que seus instintos mais primitivos rompem a carcaça de civilidade e afloram, fazendo com que voltemos à Idade da Pedra. É impressionante. Pisca-pisca não exite mais, ou se existe, não precisaria mais existir, pois não se dá mais sinal em Porto Alegre. Buzina deveria ter umas 10. O Trânsito parado, um monte de carros, congestionamento dos grandes e uma porção de malas buzinando no ouvido da gente, como se a buzina tivesse o poder de Moisés, e abrisse as vias. Xingamentos então, é o que mais se ouve, sendo que a grande maioria deles são desnecessários e sem sentido. Os motoqueiros são um caso à parte. Para eles, não existem sinaleiras em Porto Alegre. Não existe sinal vermelho. Estou começando a achar que por alguma coincidência divina todos são daltônicos e não percebem que o sinal está no vermelho. Não posso esquecer também dos pedestres. Somos os pedestres mais desrespeitosos, mal-educados e burros do planeta. Avenida Ipiranga, 16h30min da tarde, movimento grande, carros passando constantemente, alguns até em velocidade acima da admissível, e uma senhora, não uma velha, uma senhora, seus 45, 50 anos, atravessando a via fora da faixa de pedestres, com o sinal verde para os carros e com os automóveis passando. Três freadas bruscas, duas quase batidas e quase mais uma morte para as estatísticas do trânsito da Capital. Sinceramente, não acho que este tipo de educação se aprende na escola. O problema creio eu, portanto, está em casa. De todos que andam no trânsito de Porto Alegre, sem sombra de dúvidas, os mais inteligentes são os cavalos das carroças que circulam pelas ruas dando um ar bucólico à nossa européia cidade.