terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Uma dona

Ela chegou de mansinho. Começou pegando a minha mão. Cobriu-a por inteiro. Em seguida, começou a tomar meu corpo. Dominando-o. Impedindo que eu me movesse normalmente. Passou pelo peito, pelas costas, pelas pernas e por fim, pelos pés. Por ela, não consegui sair de casa. Por ela, não senti os sabores. Por ela, desmarquei compromissos e passei uma semana sem ver amigos, parentes, colegas, enfim, pessoas. Ela me derrubou, acabou comigo, me conquistou por inteiro. Durante sete dias ela não me deixou sair da cama. Me deu uma surra. Foi insaciável. Hoje já estou melhor, me recuperando. Ela já não comanda minhas ações. Já não me impede de sair. Hoje eu posso dizer que consegui me livrar dela. E que não volte nunca mais, essa dona chamada Rubéola.

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