quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Planos

Com chegada do meu ¼ de século se aproximando, um pensamento mórbido me passou pela cabeça. Na mais otimista das hipóteses, 25% da minha vida já passou. Sinceramente acho que já foi mais, entretanto, como a medicina vem avançando muito e como eu não fumo, não bebo (sic) e não jogo (“por isso estou tão cansado”, só para relembrar o Chapolin), sei que a possibilidade de chegar aos 100 anos existe. Levando em conta que os últimos 40% de vida deverão ser de restrições, principalmente físicas, tenho mais 35% de vida ativamente perfeita ainda pela frente. Ainda tenho muito tempo de vida, sei disso, mas também tenho muitas coisas a fazer ainda. Muitos planos. Alguns para um curtíssimo prazo (talvez os mais importantes e decisivos), outros para um prazo médio e outros (poucos, diga-se de passagem), para um longo prazo. Fazendo um brevíssimo inventário da vida posso dizer que ainda não plantei uma árvore, ainda não escrevi um livro e ainda não tive um filho. Sobre a árvore, a falta pode ser resolvida rapidamente, sem maiores dificuldades. Sobre o livro, algumas idéias de grandes reportagens me saltam à mente de vez em quando. E sobre o filho, ..., bom, sobre o filho creio que não é o momento. Ainda é muito cedo para vermos um amengualzinho correndo por aí. Olhando para o futuro, posso dizer algumas coisas. Os próximos 25 anos deverão ser mais agitados socialmente, com maiores responsabilidades e mais dores de cabeça. Deverão ser também de maiores conquistas, pessoais e profissionais, e de maior aprendizado. Quero conhecer mais pessoas e lugares, conquistar mais amigos, manter os que já tenho. Quero me arriscar mais, diminuir as distâncias. Quero vencer as batalhas contra minhas muitas limitações. Quero poder falar aquilo que desejo, mas não consigo. Quero ouvir mais, aprender muito mais. Quero teimar menos. Quero olhar mais, sentir mais. Quero ajudar mais. Quero errar menos, mas quero continuar errando e aprendendo com os erros, como todos. Quero pedir mais desculpas. Quero ouvir mais obrigados. Quero ler mais. Quero usar menos a razão, quando for preciso. Quero escrever mais. Quero ganhar mais e continuar perdendo de vez em quando para não achar que a vida é feita só de vitórias. Quero mudar mais de opinião. Quero acreditar mais. Quero desconfiar mais, quando necessário. Quero pensar mais. Quero procurar mais, descobrir mais. Quero me irritar menos e compreender mais. Quero planejar mais. Quero sorrir mais e fazer com que as pessoas sorriam também. Basicamente é isso. Quero morrer sabendo que fiz o melhor que pude até então e que fiz e deixei amigos. Isso basta. Não quero e não preciso de mais nada.

Um comentário:

Vicente Fonseca disse...

De minha parte, a amizade se manterá, apesar de algumas teimosias (dshdshdshjsdj).