Estava eu dando uma zapeada com o controle remoto na noite de hoje para ver se achava algo interessante para assistir na televisão, quando encontrei na Record News um debate a respeito do cigarro. No estúdio em São Paulo, além da mediadora do debate, estavam um representante da indústria do tabaco e um médico. No estúdio do Rio de Janeiro, outro médico, este do Instituto do Câncer carioca e representante do Ministério da Saúde. Enquanto os dois convidados presentes em São Paulo defendiam o “direito e a liberdade da pessoa poder escolher” se quer fumar ou não, o médico do Rio defendia a necessidade mais que urgente de se diminuir o consumo de cigarro no país. Duas coisas me chamaram a atenção no debate. Primeira delas: pela primeira vez vejo uma jornalista mediadora de um debate tomar posição, não ser neutra, não ser uma mera figura que passa a palavra de um para outro. Palmas para ela. A segunda e mais surpreendente delas: Durante o debate o médico que estava no estúdio de São Paulo e que defendia “a liberdade de escolha das pessoas” soltou a seguinte pérola: “Todos nós, todo ser humano precisa de uma válvula de escape e eu indico o cigarro como válvula de escape para os meus pacientes”. Como diz a minha santa mãezinha: A gente morre de velho e não vê tudo.
PS: Record News que, alías, tem sido uma ilha de qualidade na televisão abera brasileira.
Um comentário:
Genial. Um médico rüdigeriano, que vive tensamente as aflições da vida pós-moderna.
Conheço a variação "vou doar minhas córneas, pois vou morrer e não vou ver tudo".
Abraço saudoso, meu caro.
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