sábado, 30 de agosto de 2008

O atropelamento

Ontem presenciei um atropelamento na Avenida João Pessoa. Um ônibus abalroou uma senhora, com idade ao redor dos 60 anos. Nunca tinha visto um atropelamento ao vivo, estando a cerca de 15 metros de distância do acontecido. A sensação é indescritível. Fiquei atônito. Boquiaberto. A senhora estava atravessando a avenida, bem perto de um corredor de ônibus, e, acredito eu, não olhou para os lados antes. O choque foi considerável. A mulher foi parar uns 3 metros à frente. Ela caiu de costas, batendo a nuca no chão. Em pouco tempo, o local já estava repleto de curiosos. Não sei se a senhora sobreviveu, a pancada na cabeça foi muito forte. Eu, como não podia fazer nada para ajudá-la, peguei meu ônibus e fui embora. Mas confesso, está difícil de esquecer a cena.

domingo, 24 de agosto de 2008

Breve relato de uma situação verídica

Calado. Por alguns instantes ele permaneceu calado. Suas feições expressavam a dúvida que lhe corroía as entranhas. Os poucos segundos de silêncio e hesitação pareciam horas que passavam lentamente. Ela, na sua frente, esperava uma resposta. Seu pé direito batia ritmadamente no chão. Seus olhos estavam ávidos por uma palavra, por uma expressão que demonstrasse a opinião dele. Ele continuava calado. Com uma serenidade no olhar, ele mirou a cabeça dela. Fixou-se nos detalhes. Ele não sabia o que fazer. Ele não sabia se dizia o que ele realmente achava ou o que ela queria ouvir. Um “tá bonito” resolveria a questão. Mas ela pediu uma resposta sincera. Maldita hora em que ela disse “me responde o que achou do meu novo penteado, ... e seja SINCERO”. Assim, enfatizando a pronúncia no “sincero”. A sinceridade custaria alguns aborrecimentos a ele. Talvez até alguns xingamentos. Ele a fitou por mais alguns instantes. Cuidadosamente, pôs a mão no queixo e disse: “ficou legal”. Legal é uma palavra que pode ser empregada em diversas situações. Legal poderia significar ótimo, ou diferente, ou até extravagante. “Ficou legal” foi o que ele disse. Ela respondeu “que bom” e os dois foram ao cinema, sem não antes ele dizer para ela pôr um chapéu, porque estava bem frio naquela noite porto-alegrense.

domingo, 17 de agosto de 2008

As formaturas da PUC

Nessa semana estive presente em uma formatura na PUC. O que isso tem de importante para merecer um post? Nada demais, a não ser pelo fato de pela primeira vez, dentre todas as formaturas em que já fui, a turma de formandos não ter uma paraninfa, e sim uma paraninfeta. Um espetáculo. Maravilhosa. Linda. Sensacional. Começarei a ir mais às formaturas na PUC. A coisa lá é de outro nível.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

FATO

Se existe algum time que pode ser campeão brasileiro com Paulo Sérgio e Anderson Pico nas laterais, este time é o GRÊMIO FOOTBALL PORTO-ALEGRENSE.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Não ao esquecimento!

Esta semana o Ministro da Justiça, Tarso Genro, declarou-se favorável à abertura de processos criminais contra os torturadores do regime militar. O assunto há muito é debatido, principalmente entre os apoiadores da idéia, entre os quais eu me encontro. A novidade está no fato de um ministro de Estado colocar o tema em pauta e declarar-se favorável às ações.
Em entrevista concedida ao Jornal da Globo desta quinta-feira, o coronel Jarbas Passarinho, homem que por 3 vezes foi ministro de governos militares e votou a favor do AI5, afirmou ser contrário à proposta. Até aí, nada de mais, a posição dele sobre o assunto era óbvia. O que chamou a atenção foi o que ele disse depois. Jarbas Passarinho disse que estão querendo reabrir feridas que estavam quase cicatrizadas (frase sempre dita por quem não gosta de falar sobre o assunto). Passarinho disse ainda que os fatos ocorridos durante o regime militar (torturas, assassinatos, estupros, desaparecimentos, terror psicológico, perseguição política, entre outros) deveriam ser esquecidos por todos e que “esse esquecimento foi unilateral até hoje”. Ou seja, os militares, que foram os responsáveis por tudo isso, fizeram a sua parte, esqueceram de tudo, fizeram o que deveria ter sido feito por todos, fizeram o certo, portanto. Já as vítimas dessa enorme gama de atrocidades não fizeram a sua parte, não esqueceram de tudo, estão, desse modo, errados. Novamente, a culpa é de quem sofreu e não de quem causou o sofrimento.Caro coronel Jarbas, sinto dizer-lhe que aqueles que foram torturados, humilhados, estuprados, perseguidos, calados à base da força e os familiares daqueles que foram assassinados pelas mãos de soldados e policiais durante a ditadura de 1968 nunca esquecerão das dores que sentiram nos porões pelo país todo. Eles nunca esquecerão do terror a que foram submetidos durante as sessões de tortura. Eles não esquecerão. Nós não esqueceremos. O Brasil não esquecerá do que vocês fizeram. Quem bate esquece, quem apanha, nunca esquecerá.Viva à memória dos brasileiros! Viva à justiça que ainda há de ser feita aos torturadores e assassinos pagos pelo Estado brasileiro durante 20 anos para silenciar a voz dos descontentes do Brasil.