sábado, 22 de novembro de 2008

Calculadora de celular

Estava eu conversando via Msn com o amigo Natusch, em uma dessas madrugadas em que a gente perde o sono por ficar com algum pensamento fixo na cabeça e a única forma de tentar esquecê-lo é se distrair com alguma outra coisa, quando o assunto tratado em questão foi mulheres. É engraçado pensar em como elas são mais fortes do que nós. E falo isso em todos os sentidos, com exceção do físico. Derrota essa que elas compensam com a beleza que inunda nossos olhos, preenche nossa mente e toma conta dos nossos corações (estou inspirado hoje). Pois bem, o fato é que os homens são muito mais dependentes das mulheres do que o contrário. A verdade está na batida frase “o que tu me pedes sorrindo que eu não faço chorando”. Elas nos têm nas mãos. Desde o instante do flerte, passando pela ficada, pelo namoro, noivado e casamento, o poder de decisão está sempre com as mulheres. E isso não é motivo de vergonha ou desmerecimento para nós. Ao contrário. Elas são mais inteligentes, e não falo aqui dessa inteligência a que se denomina o acúmulo de conhecimento e a sua colocação em prática. Falo da inteligência instintiva e, ainda mais, da inteligência intuitiva. As mulheres têm uma capacidade de captar no ar os sentimentos das pessoas, os climas dos lugares. Elas interpretam pequenos gestos, que para nós não significam absolutamente nada de mais, e, assim, mapeiam as situações com uma precisão inigualável. Nós tendemos a transformar todas as estradas em uma infinita linha reta. Elas vêem as sinuosidades, as curvas, os desvios. Nós somos mais simples (talvez simplórios) e diretos, e sempre tentamos ver a vida com esses olhos. Elas são mais complexas e conseguem ver que a vida não é algo tão óbvio. Nós damos valor para coisas insignificantes que consideramos as mais importantes do mundo. Elas valorizam os detalhes e fatos realmente importantes, e que nós consideramos frescura. Elas conjecturam possibilidades diversas para questões que nós achamos que só tem uma solução. Elas são um Pentium Dual Core. Nós, uma calculadora de celular. Elas são divertidas sem querer ser. Nós nos passamos por artistas de circo para mostrar que somos engraçados. Elas não temem demonstrar a flor da pele o que sentem, seja raiva, medo, tristeza ou amor. Nós pensamos ser de pedra e, com isso, damos prova da nossa covardia. Enfim, o que seria de nós sem elas? O que seria de nossa vida sem elas? Prefiro não cogitar a hipótese. As horas se arrastariam e demorariam muito para passar. Os dias seriam como becos sem saídas em dias de tempestade. É isso, conversas com Natusch sempre rendem. Os russos são sábios.

2 comentários:

Anônimo disse...

Grato pelas gentis palavras, nobre Amengual.

Mas tens toda a razão - as mulheres são a mola mestra do mundo. NADA no mundo que criamos acontece sem ser motivado ou inspirado por uma ou mais mulheres. NADA. As mulheres nos fazem sofrer, muitas vezes - mas é um sofrimento pelo qual ansiamos, quase imploramos, e do qual sentimos falta quando se acaba. O paraíso pode ser ainda mais belo, e o inferno mais excruciante: depende só do humor ou da falta de humor de uma mulher. E quando a gente eleva o pensamento para aquela mulher que idealizamos, a que nunca vemos e nunca tocamos mas ainda assim nosso coração acredita até o último instante que existe, a dor se mistura com o júbilo e com o desejo num caldo de gosto amargo que não tem nome, mas que todo homem digno de seu gênero já bebeu até engasgar.

Pois é. Ser homem é complicado, amigo =P

Pati Benvenuti disse...

Nossa... vocês andam bem inspirados... Mas bonitas as palavras, de verdade.