domingo, 16 de março de 2014


O Silêncio

O silêncio tem sido meu amigo.
Ah, sim, o silêncio tem sido meu amigo.
Meu abrigo, meu castigo.

Eu não consigo mais dormir.
Eu não consigo mais dormir.

E não é o vento que faz a porta bater.
Não é a chuva que explode na janela.

É o silêncio, meu amigo, que me grita ao pé do ouvido:

“Estás só! Estás só!”

E eu saio rua afora.
Olhos abertos, alma que chora.

E eu corro sem saber por quê.
Sangue nas mãos, mas ninguém vê.

E eu vou sem rumo, sem destino.
Vou sozinho pra lugar nenhum.

Eu vou sem nome, um clandestino.
Vou ser ninguém, vou ser mais um.

Chegou a hora e eu nada digo.
Vou embora sem me despedir.
 E o silêncio, meu amigo,
Continua a me seguir.

Um comentário:

Tiago Medina disse...

Se já não está musicado, merece!