O Silêncio
O silêncio tem sido meu amigo.
Ah, sim, o silêncio tem sido meu amigo.
Meu abrigo, meu castigo.
Eu não consigo mais dormir.
Eu não consigo mais dormir.
E não é o vento que faz a porta bater.
Não é a chuva que explode na janela.
É o silêncio, meu amigo, que me grita ao pé do ouvido:
“Estás só! Estás só!”
E eu saio rua afora.
Olhos abertos, alma que chora.
E eu corro sem saber por quê.
Sangue nas mãos, mas ninguém vê.
E eu vou sem rumo, sem destino.
Vou sozinho pra lugar nenhum.
Eu vou sem nome, um clandestino.
Vou ser ninguém, vou ser mais um.
Chegou a hora e eu nada digo.
Vou embora sem me despedir.
E o silêncio, meu amigo,
Continua a me seguir.
Um comentário:
Se já não está musicado, merece!
Postar um comentário