Deixar passar,
Guardar memórias sob a pele.
Riscar um nome.
Rasgar retratos.
Difícil é deixar de lembrar.
Não mais sentir o cheiro nem sorrir ao ouvir a voz.
Não mais tocar e perceber que o gosto na boca se foi.
Fechar os olhos e não ver o rosto.
O fim não está na ausência do corpo.
O não ter é a casa do desejo.
O fim chega quando já não se sente falta,
Quando a mente serena e não pede mais a presença,
Quando não faz mais diferença.
O fim está no ‘tanto faz’.
Quando não há mais arrependimentos,
Nem mágoa, raiva, dor, esperança ou saudade,
O fim bate à porta pedindo abrigo.
O fim está na ausência tranquila,
No sublime vazio,
No sono sem sonhos.
O fim está na indiferença que grita.
O fim mora no silêncio
Que fica.
Que fica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário