Em uma úmida madrugada de um dia 12 de
junho, ele preparou uma caneca de chá quente, pegou seu caderno de amareladas
folhas, um lápis, sentou na varanda vendo os clarões da tempestade que se
aproximava, e riscou as razões pelas quais não a amava.
"Não te amo porque preciso de ti,
ou porque és minha metade.
Te amo porque não preciso de ti e,
mesmo assim, te quero.
Te amo porque sou inteiro, completo, e
tu, tu me transbordas.
Não te amo porque me fazes sorrir ou
porque sinto tua falta.
Te amo pelo teu sorriso.
Te amo porque, embora não estejas,
sempre estás – e estarás.
Não te amo porque me olhas com
carinho, porque me tocas, porque me acolhes.
Te amo porque me enxergas até quando
me escondo em mim.
Te amo porque me estendes a mão.
Porque me empurras para fora e me
mostras como pode ser frio por lá e como é quente junto a ti.
Não te amo porque sonho com o ‘para
sempre ao teu lado’.
Te amo porque te desejo aqui, comigo,
agora.
Não te amo porque me escutas, porque
me fazes companhia
Te amo porque me deixas só e me
silencias.
Não te amo porque dizes que me ama.
Te amo porque não dizes e, ainda
assim, te amo."
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