No JC de hoje está publicada uma matéria minha falando sobre como funcionam as UPPs. Fiz uma entrevista com o sub-secretário de Segurança carioca um tempo atrás e aproveitamos o momento para lançá-la. No meio do texto, coloquei uma passagem para saciar a minha veia subversiva. Não sabia se ia passar, mas, como eu não costumo me auto-censurar escrevi e, bom, tá na página. Reproduzo abaixo o trecho.
"Enquanto a violência estava localizada nas periferias, nas favelas, vitimando jovens pobres e, em sua maioria, negros, nada, ou muito pouco, se fez. Quando ela começou a descer dos morros e chegar ao asfalto, às zonas nobres, ao Leblon, a Copacabana, a Ipanema, atitudes tiveram de ser tomadas. Foi assim no Rio de Janeiro e foi assim também em Porto Alegre, com ações sendo adotadas somente quando o crack saiu das vilas e de baixo das pontes e começou a chegar às classes médias, na Bela Vista, no Moinhos de Vento e no Menino Deus.
No Rio de Janeiro, o Estado abandonou as favelas. Não ocupou o seu espaço. As facções criminosas, por sua vez, não bobearam e passaram a ditar as suas regras nas comunidades pobres cariocas. O Comando Vermelho (CV), o Terceiro Comando (TC), o Amigos dos Amigos (ADA) e o Terceiro Comando Puro (TCP), união entre o TC e o ADA, assumiram, às avessas, o papel governamental e começaram a comandar muitas das favelas do Rio.
Com o tempo, se aproximaram dos moradores, prestando serviços que seriam de obrigação dos governos, e fazendo com que eles passassem a sentir medo da polícia, que subia os morros e deixava para trás um rastro de sangue, não distinguindo inocentes de criminosos."
Um comentário:
Que legal, Juliano! Viva a subversão nossa de cada dia.
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